Bar Brahma, 19h15, terça-feira. Um convite pra beber com uma amiga, e descubro a possibilidade de um ícone. Não que eu seja uma fã propriamente dita, mas confesso que a curiosidade sempre me fez desejar assistir a um de seus shows. Um showman, um crooner brilhante, um ícone: palavra que se encaixa perfeitamente àquele a que vou assistir esta noite.
Enquanto espero minha amiga, o pianista toca Beatles, uma escolha fantasticamente apropriada, já que foi essa amiga - fã incondicional dos meninos de Liverpool - quem me apresentou aos ingleses nos idos dos 80.
Ansiedade. Eu costumava brincar que não podia morrer sem assistir a um show do Cauby Peixoto. Podem dizer o que quiserem, que é brega, que está ultrapassado, que sua peruca e seu terno de strass vermelho são ridículos. Tudo se transforma em pó quando o niteroiense (adjetivo horrível!) abre a boca e solta sua voz de timbre grave e aveludado.
Eu ficava imaginando “onde esse homem canta? Provavelmente no Rio...” Cheguei a imaginar um programa de fim-de-semana, avião, hotel, show no Canecão, hotel, avião... mas não foi possível. O tempo passou e hoje estou aqui, à espera. É estranho pensar que planejei este encontro em dois diferentes momentos de minha vida e não deu certo... Sozinha, espero pelo ídolo. Não importa. Talvez esse deva ser um instante só meu mesmo, meu e do Cauby, sem fotos, sem registros, sem testemunhas. Apenas um antigo desejo que insistiu em não ir embora.
Silêncio no piano, palmas. Ele toma o espetáculo e eu me calo para ouvi-lo.
(texto antigo... ando arrumando gavetas...)
9 de dez. de 2008
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Um comentário:
Não acredito!!! Foi e adorou conforme imaginava... Eu tb amei!!!!! Vamos novamente?rss bjks Lu
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