29 de fev. de 2008

Chega de Plástico!!!


Pois é, a preocupação com o planeta saiu dos discursos dos ecologistas e veio parar na ação e nas práticas conscientes. Hoje, quase todo mundo que eu conheço recicla suas latinhas, jornais e embalagens pet, ou pelo menos sabe da importância de tentar diminuir o lixo do planeta. Uma outra ação consciente que vem ganhando corpo é a diminuição do uso das sacolinhas plásticas de supermercado. Desde a racionalização da quantidade que a gente leva pra casa - por que eu não posso colocar o shampu e o sabão em pó no mesmo saquinho da lata de molho de tomate? - até o uso de sacolas não descartáveis, toda ação é extremamente bem-vinda. E a indústria da moda que o diga! Toda griffe que se preza já tem a sua sacola de supermercado.
A Fuzuê, ateliê campineiro de arte em tecido, também criou suas sacolas, juntanto design, arte e texto, mas pra isso criou um concurso em seu Blog, com o objetivo de eleger as melhores frases pra estampar nas sacolas. O resultado disso é que esta blogueira que vos fala foi uma das três vencedoras do concurso da Fuzuê.
Essas belíssimas, ecológicas e funcionais sacolas podem ser vistas nesse fim de semana na 12ª Craft Design, no Terraço Daslu.
É mole?????? Semana da Moda de Milão, here we go!!!!

20 de fev. de 2008

Cinema redescoberto

No século passado, quando ainda estudava Filosofia, saía da FFLCH e ia até um ponto de ônibus que ficava bem em frente à Fac.de Educação pra pegar carona. Quando dava sorte de aparecer alguém indo pra Paulista, eu ia ao cinema. Sozinha. Descia perto da Consolação e ia até o Belas Artes. Ou então, vinha andando pela avenida, sentido Brigadeiro, até o prédio da Gazeta, e ia ao Cine Gazeta (era assim que se chamava antes de virar Reserva Cultural). Eu adorava ir ao cinema sozinha, desfrutar de um prazer que era só meu. Depois, não sei exatamente o porquê, resolvi que não gostava mais de ir ao cinema sozinha e, como nem sempre se tem uma companhia a fim de assistir ao mesmo filme que você (no mesmo horário e no mesmo lugar), minhas idas diminuíram bastante.
Passei, então, a ir sempre acompanhada, e acabei descobrindo companhias ótimas, outras nem tanto, algumas mais ou menos. Descobri a companhia profissional: aquele amigo com quem você se encontra só pra ir ao cinema (e é ótimo!); a companhia chata: aquele que, por algum motivo, não gostou do filme e fica reclamando o tempo todo, dizendo que preferia ter ido ao “filmetal”. Descobri a companhia perfeita: o que se emociona pelo mesmo motivo que você, que entende o filme do mesmo jeito que você, que discute aquela cena legal, que é capaz de falar horas e horas sobre o filme, depois, num café. Descobri que nem todo amigo é boa companhia pra cinema e que há amigos “Hollywood”, amigos “Woody Allen” e amigos “Godard”. Descobri que eu devo ser uma péssima companhia, pois tenho a mania horrível de ficar fazendo previsões sobre a próxima cena, um saco, enfim.
Essa semana redescobri o prazer de ir ao cinema sozinha. Havia muito tempo que não fazia isso, sabe? Abri o Guia da Folha como quem não quer nada e lá estava: “Meu nome não é Johnny”, Market Place, 13h50. Olhei no relógio, 13h20, pensei: dá tempo. Fazia um tempão que eu queria assistir a esse filme e nunca dava certo de alguém ir comigo. Fui.
Fui e lavei a minha alma. Primeiro porque eu A-DO-RO o Selton Melo, sou fã de carteirinha, daquelas que são capazes de dar vexame quando, por acaso, encontram o cara em algum lugar; segundo porque é impossível ser mãe e não se emocionar em algum momento assistindo àquele filme; terceiro porque redescobri que é possivel, sim, ir ao cinema sozinha. Ainda que eu não seja a companhia perfeita.

19 de fev. de 2008

All Star


Quando terminei o curso de Letras, estava resolvida a dar aula em faculdades, pra adultos. Dizia que trabalhar com crianças não era pra mim, que tinha de ser no mínimo no Ensino Médio. Depois entrei no Mestrado firme e forte na minha convicção de não dar aula pra crianças. Hoje eu brinco que sou a rainha da 7ª série, pois todo lugar em que penso em trabalhar, me chama pra dar aula pra 7ª série (ou 8º ano). Sina... Karma.... Sei lá, vai ver é porque eu adoro All Star e descobri que eles também. É incrível como todas as vezes em que resolvo aparecer numa escola calçando meu velho e preto All Star, algum aluno sempre sai com algo assim: "Nossa, professora! Que legal!! Você usa All Star!!"
Da primeira vez em que aconteceu, eu não liguei. Estava fazendo estágio num colégio de freiras e pensei que era porque lá as professoras se vestiam de maneira muito séria. Depois, já num colégio totalmente descolado, a mesma coisa: "Caraca!!! A professora usa All Star!!!" O tempo passa, a escola muda, e de vez quando algum aluno ressuscita a mesma surpresa.
Ontem de manhã, um japa todo bonitinho e CDF (outro colégio, nem de freira, nem tão descolado) me solta, num tom de absoluta cumplicidade:
- Professora, você é mó legal, super descolada!
- Por quê? - respondi, debaixo de meu guarda-pó branco.
- Ué... É que além de ter óculos da TNG, cabelo vermelho e anel no dedão, você também usa All Star!
Sorri. Ah, menino.... - pensei cá com meus botões - e você ainda nem viu as tatuagens....
Quer saber? Dar aula pra criança é mó legal!

9 de fev. de 2008

Cala a boca, Francisco!

Quando a tua mulher ficou grávida do Otávio Augusto você disse que não era teu e eu acreditei. Depois o menino foi crescendo e até aquela pinta que você tem perto do queixo, ele tem igual. Sabe o que você é? Um covarde! E esse filho agora, não é teu também? Cala a boca, Francisco, que paciência tem limite e o meu limite chegou. Essa vaca ta grávida de novo e você vai me dizer que o filho não é teu? Vai, fica com ela, fica de uma vez com a tua mulher que eu vou cuidar da minha vida... Faz 10 anos que todo dia você diz que vai largar a Madalena. Dez anos que eu aturo toalha molhada em cima da minha cama, xícara de café com bituca de cigarro, dez anos que eu abaixo a tampa da privada depois que você sai do banheiro. Faz dez malditos anos que eu não saio com outro homem, que eu não sei o que é uma boa trepada. Cala a boca, Francisco! Ela nunca te disse que você trepa mal? Pois você é muito ruim de cama!!! Eu finjo que gozo porque te amo. Finjo! Eu gemo cada vez que você sobe em cima de mim, pra parecer que eu tô gostando, mas transar com você é frustrante! E a Efigênia deve achar a mesma coisa! É, pensa que eu não sei da Efigênia? Cala a boca, Francisco, que eu quero falar! Vai dizer que é mentira? Todo mundo comenta da Efigênia! Dez anos de dedicação exclusiva e você me enganando com aquela biscate de cabelo vermelho! Você não me merece! Tua mulher, ainda vá lá, é tua mulher, casou com você, mas botar cifre na amante? E com a ex mulher do meu próprio irmão? Quer me desmoralizar, Francisco? Eu, que passei 1/3 da minha vida plantada em casa assistindo “Tela Quente” no sábado à noite?! Eu, que tô com a bunda quadrada de tanto “Domingão do Faustão”? Eu que agüentei teu pinto pequeno a vida inteira? Cala a boca, Francisco, cala a boca e vai embora de uma vez! E antes de sair, volta lá naquele maldito banheiro e abaixa a porra da tampa da privada!